terça-feira, 11 de agosto de 2020

HOSANAS AO MESTRE NONATO

 


POR GERALDO MAIA DO NASCIMENTO (FOTO ACIMA)

Nascido no dia 18 de agosto de 1907,na cidade de Martins (RN), Raimundo Nonato da Silva era filho do casal lavrador João Cardoso da Silva e Ana Lima da Silva.Teve uma infância dura,pas- sou os primeiros anos de sua vi- da enfrentando trabalhos rudes, ajudando seus pais na li- da do campo. Com a grande seca de 1919,foi o- brigado a se mudar junto com a família para Mossoró, deixando de la- do o que Lauro da Escóssia definiu como "as esperanças paternas de aurir proveito no amanho da terra". Chega a cidade num domingo, 6 de julho. Com vontade de vencer na vida, encara diversos trabalhos. Vira engraxate, se torna amassador de cigarros. Trabalha co- mo caixeiro numa bodega do mercado e num restaurante. Mesmo sendo safo nas batalhas da vida, tem dificuldades para ser alfabetizado. O professor Raimundo Reginaldo da Rocha o aperfeiçoou para seu ingresso na Escola Normal de Mossoró,em 1922, onde saiu professor primário na sua segunda turma, três anos depois. Segundo seu biógrafo e colega de turma,Lauro da Escóssia,em seu livro "Cronologias Mossoroenses",Raimundo Nonato "foi aluno de tirocínio,o que lhe valeu ter sido um dos primeiros a ingressar no magistério público como professor e diretor de Grupos Escolares de São Miguel, Serra Negra, Apodi e Natal, onde serviu adido à Secretaria da Educação do Estado. Sua atuação, quando fixando residência em Mossoró,foi das mais proveitosas nos círculos educacionais, intelectuais e jornalísticos.Exerceu magistério secundário na Escola Normal de onde saiu diplomado, no Colégio Santa Luzia, Sagrado Coração de Maria e na Escola Técnica de Comércio União Caixeiral, organização esta de ensino profissionalizante que ajudou a fundar e de que foi diretor. Colaborador da imprensa local, ora escrevendo artigos, comentários e sueltos,oras versejando com sua revelação poética que somente mais tarde ficou descoberto. Em vários anos, durante as festividades religiosas da padroeira, levantou jornais humorísticos da temporada.Em Na- tal manteve esse mesmo ritmo, jamais se negando em participar de responsabilidade de editar jornais e revistas literárias e de as- sociar-se a entidades cívicas". Raimundo Nonato formou-se em Direito pala faculdade de Alagoas, ingressou no Ministério Público,sendo nomeado Juiz de Direito da Comarca de Apodi, em cuja função se aposentou. Depois, fixou-se no Rio de Janeiro, mas nunca esqueceu de sua terra, o Rio Grande do Norte e sua cidade adotiva, Mossoró, onde era assíduo participante das comemorações do dia 30 de setem- bro. Professor,magistrado,jornalista,cronista, historiador, escritor e poeta Raimundo Nonato da Silva faleceu no Rio de Janeiro no dia 22 de agosto de 1993,quatro dias após completar 86 anos. Autor de mais de quarenta trabalhos literários, entre ficção, romance, folclore e história, com destaque para "Quarteirão da Fome" (romance), "História de Lo- bishomem" (folclore), "Lampião em Mossoró", "Serra de Martins" (os homens, o tempo e os fatos)," Jenuino Brilhante - O cangaceiro Romântico","Bacharéis de Olinda e Recife" (Norte-riograndense forma- dos entre 1832 a 1932), "Em revista o Centenário de O MOSSOROENSE, em colaboração com Walter Wanderley. "Evolução Urbanística de Mossoró","Visões e Abusões Nordestinos" (1º e 2º volumes).

 

Disse o Senhor:"Escreve,pois o que viste..." Apocalipse,1,19). E o mestre, seguindo as reco- mendações bíblicas,tornou-se escritor e escreveu sobre sua terra e sua gente.Nada escapou aos olhos investigativos do mestre Nonato. Rafael Negreiros descrevia-o como "infatigável pesquisador da coisa pública, pesquisador de hábitos, costumes, ritos, andante ha- bitual de ruas, vielas, becos, avenidas, ala- medas e jardins

Raimundo Nonato da Silva nasceu em Martins/RN, em 18 de agosto de 1907, num dia de segunda-feira,sendo filho do casal lavrador João Cardoso da Silva e Ana de Lima e Silva. Desde muito cedo começou a trabalhar com os pais na lida do campo. Segundo seu depoimento: "A bem dizer,não cheguei a ter infância,nem conheci a mocidade, pois mal abri os ol- hos para o mundo, fui logo atirado aos rudes afazeres do campo, no trato da terra, na vida solta, no meio agreste de uma natureza madrasta;a fome rodava por per- to, era raro o dia em que o fogo via a panela"

Em 1919, aos 12 anos de idade, era tangido pela grande seca que assolava a região, descendo a amada Serra do Martins, percorrendo o mesmo caminho de Lampião, até chegar em Mossoró. A "cidade grande" o deslumbra, mas não tem tempo para brincadeiras. Inicia sua vida co- mo engraxate, ocupando também outros subempregos como varredor de hotel,car- regador de cadeiras ou qualquer outra ocupação que lhe rendesse algum dinheiro. Não sabia ler; e foi com muita dificuldade que iniciou os estudos das primeiras letras e noções gramaticais,indispensáveis às necessidades educacionais.Com a aju- da de Raimundo Reginaldo da Rocha ingressou na Escola Normal de Mossoró de onde saiu professor primário na sua segunda turma em 1925, já com dezoito anos de idade.Ingressou no magistério público como professor e diretor de Grupos Escolares em São Miguel, Serra Negra,Apodi e Natal,onde serviu adido à Se- cretaria de Educação do Estado.

Sua atuação, quando fixando residência em Mossoró,foi das mais proveitosas nos círculos educacionais, intelectuais e jornalísticos. Exerceu magistério secundário na Escola Normal, Colégio Diocesano Santa Luzia, no Sagrado Coração de Maria e na Escola Técnica de Comér- cio "União Caixeiral". Foi colaborador da imprensa local, ora escrevendo artigos,comentários,ora versejando com sua revelação poética que somente mais tarde seria descoberta.

Formado em Direito pela Faculdade de Alagoas,ingressou no Ministério Público, sendo nomeado Juiz de Direito da Comarca de Apodi, em cuja função se aposentou. Em 1962 foi morar no Rio de Janeiro, mas nunca esqueceu a sua terra adotiva. Sempre que podia, voltava a Mossoró para encontrar os amigos e rever a cidade, principalmente nas festas de 30 de setembro,que é a maior festa cívica de Mossoró.Além de professor,magistrado e jornalista,tornou-se cronista,historiador,escritor e poeta, possuindo uma bagagem literária que o fez um dos grandes da literatura potiguar

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RAIMUNDO NONATO DA SILVA

  MARTINS, 18/08/1907 – RIO DE JANEIRO, 22/08/1993 Escritor. Polígrafo, autor de numerosas obras, quase todas de interesse  regional, em...

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