POR GERALDO MAIA DO NASCIMENTO (FOTO ACIMA)
Nascido no dia 18 de agosto de 1907,na cidade de Martins
(RN), Raimundo Nonato da Silva era filho do casal lavrador João Cardoso da
Silva e Ana Lima da Silva.Teve uma infância dura,pas- sou os primeiros anos de
sua vi- da enfrentando trabalhos rudes, ajudando seus pais na li- da do campo.
Com a grande seca de 1919,foi o- brigado a se mudar junto com a família para
Mossoró, deixando de la- do o que Lauro da Escóssia definiu como "as
esperanças paternas de aurir proveito no amanho da terra". Chega a cidade
num domingo, 6 de julho. Com vontade de vencer na vida, encara diversos
trabalhos. Vira engraxate, se torna amassador de cigarros. Trabalha co- mo
caixeiro numa bodega do mercado e num restaurante. Mesmo sendo safo nas
batalhas da vida, tem dificuldades para ser alfabetizado. O professor Raimundo
Reginaldo da Rocha o aperfeiçoou para seu ingresso na Escola Normal de
Mossoró,em 1922, onde saiu professor primário na sua segunda turma, três anos
depois. Segundo seu biógrafo e colega de turma,Lauro da Escóssia,em seu livro
"Cronologias Mossoroenses",Raimundo Nonato "foi aluno de
tirocínio,o que lhe valeu ter sido um dos primeiros a ingressar no magistério
público como professor e diretor de Grupos Escolares de São Miguel, Serra
Negra, Apodi e Natal, onde serviu adido à Secretaria da Educação do Estado. Sua
atuação, quando fixando residência em Mossoró,foi das mais proveitosas nos
círculos educacionais, intelectuais e jornalísticos.Exerceu magistério
secundário na Escola Normal de onde saiu diplomado, no Colégio Santa Luzia,
Sagrado Coração de Maria e na Escola Técnica de Comércio União Caixeiral,
organização esta de ensino profissionalizante que ajudou a fundar e de que foi
diretor. Colaborador da imprensa local, ora escrevendo artigos, comentários e
sueltos,oras versejando com sua revelação poética que somente mais tarde ficou
descoberto. Em vários anos, durante as festividades religiosas da padroeira,
levantou jornais humorísticos da temporada.Em Na- tal manteve esse mesmo ritmo,
jamais se negando em participar de responsabilidade de editar jornais e
revistas literárias e de as- sociar-se a entidades cívicas". Raimundo
Nonato formou-se em Direito pala faculdade de Alagoas, ingressou no Ministério
Público,sendo nomeado Juiz de Direito da Comarca de Apodi, em cuja função se
aposentou. Depois, fixou-se no Rio de Janeiro, mas nunca esqueceu de sua terra,
o Rio Grande do Norte e sua cidade adotiva, Mossoró, onde era assíduo participante
das comemorações do dia 30 de setem- bro.
Professor,magistrado,jornalista,cronista, historiador, escritor e poeta
Raimundo Nonato da Silva faleceu no Rio de Janeiro no dia 22 de agosto de
1993,quatro dias após completar 86 anos. Autor de mais de quarenta trabalhos
literários, entre ficção, romance, folclore e história, com destaque para
"Quarteirão da Fome" (romance), "História de Lo- bishomem"
(folclore), "Lampião em Mossoró", "Serra de Martins" (os
homens, o tempo e os fatos)," Jenuino Brilhante - O cangaceiro
Romântico","Bacharéis de Olinda e Recife" (Norte-riograndense
forma- dos entre 1832 a 1932), "Em revista o Centenário de O MOSSOROENSE,
em colaboração com Walter Wanderley. "Evolução Urbanística de
Mossoró","Visões e Abusões Nordestinos" (1º e 2º volumes).
Disse o Senhor:"Escreve,pois o que viste..."
Apocalipse,1,19). E o mestre, seguindo as reco- mendações bíblicas,tornou-se
escritor e escreveu sobre sua terra e sua gente.Nada escapou aos olhos
investigativos do mestre Nonato. Rafael Negreiros descrevia-o como
"infatigável pesquisador da coisa pública, pesquisador de hábitos,
costumes, ritos, andante ha- bitual de ruas, vielas, becos, avenidas, ala-
medas e jardins
Raimundo Nonato da Silva nasceu em Martins/RN, em 18 de
agosto de 1907, num dia de segunda-feira,sendo filho do casal lavrador João
Cardoso da Silva e Ana de Lima e Silva. Desde muito cedo começou a trabalhar
com os pais na lida do campo. Segundo seu depoimento: "A bem dizer,não
cheguei a ter infância,nem conheci a mocidade, pois mal abri os ol- hos para o
mundo, fui logo atirado aos rudes afazeres do campo, no trato da terra, na vida
solta, no meio agreste de uma natureza madrasta;a fome rodava por per- to, era
raro o dia em que o fogo via a panela"
Em 1919, aos 12 anos de idade, era tangido pela grande seca
que assolava a região, descendo a amada Serra do Martins, percorrendo o mesmo
caminho de Lampião, até chegar em Mossoró. A "cidade grande" o
deslumbra, mas não tem tempo para brincadeiras. Inicia sua vida co- mo
engraxate, ocupando também outros subempregos como varredor de hotel,car-
regador de cadeiras ou qualquer outra ocupação que lhe rendesse algum dinheiro.
Não sabia ler; e foi com muita dificuldade que iniciou os estudos das primeiras
letras e noções gramaticais,indispensáveis às necessidades educacionais.Com a
aju- da de Raimundo Reginaldo da Rocha ingressou na Escola Normal de Mossoró de
onde saiu professor primário na sua segunda turma em 1925, já com dezoito anos
de idade.Ingressou no magistério público como professor e diretor de Grupos
Escolares em São Miguel, Serra Negra,Apodi e Natal,onde serviu adido à Se-
cretaria de Educação do Estado.
Sua atuação, quando fixando residência em Mossoró,foi das
mais proveitosas nos círculos educacionais, intelectuais e jornalísticos.
Exerceu magistério secundário na Escola Normal, Colégio Diocesano Santa Luzia,
no Sagrado Coração de Maria e na Escola Técnica de Comér- cio "União
Caixeiral". Foi colaborador da imprensa local, ora escrevendo
artigos,comentários,ora versejando com sua revelação poética que somente mais
tarde seria descoberta.
Formado em Direito pela Faculdade de Alagoas,ingressou no
Ministério Público, sendo nomeado Juiz de Direito da Comarca de Apodi, em cuja
função se aposentou. Em 1962 foi morar no Rio de Janeiro, mas nunca esqueceu a
sua terra adotiva. Sempre que podia, voltava a Mossoró para encontrar os amigos
e rever a cidade, principalmente nas festas de 30 de setembro,que é a maior
festa cívica de Mossoró.Além de professor,magistrado e jornalista,tornou-se
cronista,historiador,escritor e poeta, possuindo uma bagagem literária que o
fez um dos grandes da literatura potiguar
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